ATIVIDADE 5

Leituras temáticas recomendadas 

Como tema principal, escolhemos o livro: Estudos Culturais, Poder e Educação. Sendo o capítulo escolhido pelo grupo o capítulo II: Economias de identidade: Estudos Culturais e um currículo para a criação de espaço.


Reflexão do grupo

Este capítulo expõe uma investigação que "Nasceu do interesse pela juventude, pela formação de identidade dos jovens e pela forma como as pessoas se envolvem no processo de criação de espaço" (Massey, 1995).

Este projeto analisa como os alunos utilizam, no fim das aulas, as instalações de um laboratório de computadores. Realizaram-se entrevistas e observações a alunos do laboratório de computadores, refletindo como os alunos criam uma economia de identidades que funciona na sua escola e na comunidade.

Este estudo utiliza os estudos culturais e a geografia crítica centrando-se na forma como os alunos, que participam nos serviços pós-aulas do WELL (William Edenton Learning Lab), se posicionam face aos serviços prestados, aos contextos mais abrangentes da sua escola e à comunidade urbana. Sugere que o WELL, representa um plano único de interseções de identidade, espaço e lugar para os jovens que o frequentam. Para o autor, o espaço é um conceito importante nas suas observações, considera que o espaço em questão era diferente da escola do outro aldo da rua, diferente do parque de estacionamento ou da loja de conveniência que outros miúdos frequentavam, diferente dos outros laboratórios de computadores que tinha observado.


Reflexões Individuais

Filipe Macedo

Capítulo l:

Os fundamentos/o nexo dos estudos culturais: Um movimento emergente no campo da educação. 

Este capítulo situa a formação dos Estudos Culturais em Educação. A sua história apresenta tendências contraditórias num dos primeiros locais onde os ECE estão a ser articulados, os fundamentos educativos. A autora centra-se mais onde estão os ECE do que o que são os ECE. Para explorar a "adequação" dos estudos culturais à organização e à cultura das escolas, a autora debruça-se sobre o que estes estão a fazer em termos de processos de construção e destruição através de um estudo de caso sobre o esforço programático para repensar os fundamentos educativos. O capítulo está dividido em três subtemas onde apenas irei reforçar os dois primeiros, sendo aqueles que achei mais pertinente: Os Estudos Culturais nas escolas: um estudo de caso. Terreno contestado: O que aconteceu à Filosofia? Teorização dos estudos culturais em educação: estaremos a criar um melhor lugar para os fundamentos educativos?

No que diz respeito a um dos subtemas: Os estudos Culturais nas escolas: um estudo de caso, Wright descreve as convergências e as divergências entre os estudos culturais e os estudos culturais da educação em termos de justiça social, relações depoder, identificações e identidades nacionais e raciais, diferença e diversidade social e cultura popular. A autora deste capítulo, através dos arquivos da história repensa os estudos dos fundamentos em educação na Ohio State University. Foram enumerados vários locais de abordagem dos estudos culturais na educação, bem como jornais e coleções de livros como uma forma de "situar a nossa instituição na vanguarda de um movimento emergente no campo da educação.

No subtema seguinte: Estudos Culturais, Poder e Educação Terreno contestado: O que aconteceu à Filosofia?

Tozer salienta, os fundamentos da Educação são um conceito ambíguo. Descreve-os como "um campo confuso e frequentemente marginalizado, por vezes transformando-se em Fundamentos Sociais da Educação. O conceito de "Fundamentos Sociais da Educação" tem uma história institucional distinta que se refere aos fenómenos culturais subjacentes às ideias e práticas educativas de qualquer sociedade e à área de estudo interdisciplinar que foi desenvolvida expressamente para mobilizar os professores para o estudo desses fenómenos culturais.


Carolina Alves

Capítulo III:

Shoot the elephant: Identidades antagonistas, nostalgia neomarxista e passados impiedosos.

De acordo com Fiske os estudos culturais "tratam a criação e a circulação dos significados nas sociedades industriais".

A falta de unidade e fluidez das diferentes realidades das nações e em todo mundo não são, nem podem estar contidas nos conceitos que temos e com os quais se articulam. A linguagem, que assume uma grande importância, pois não serve apenas para articular e delimitar um conjunto de critérios para estabelecer se se pertence ou não a uma determinada tradição, ou antes, onde se pertence e relação a ela, parece frequentemente reforçar as estruturas sociais que invoca subverter.

As representações cinematográficas contemporâneas oferecem descrições complexas das circunstâncias transformadoras da existência mercantilizada da classe operária, revelando falhas contraditórias e múltiplas. No exemplo, assistimos ao desafio das noções de passado e da tradição da classe operária. Não existe as possibilidades de regressar ao passado, apenas se pode romper com as tradições e revisão de hierarquia da distância cultural.

Existe um nivelamento de culturas e de tradições integradas na expansão global dos mercados. Esse novo modelo de poder poderá ser apelidado de "integração". É o que Foucault descreve como modelo de poder "produtivo" e não "repressivo". Ou seja, colocam as tradições lado a lado.

Por fim, a nova divisão internacional do trabalho, o movimento e a migração, o trabalho da imaginação da maioria das pessoas, impulsionados pela informatização, pela internet, pela cultura popular.

"Não te esqueças que o que chamamos de realidade hoje foi apenas imaginação ontem" (José Saramago, El Hombre Duplicado, 2002).


Marta Barbosa e Laura Arroyo

Capítulo lV:

Recolocar os estudos os culturais nos estudos curriculares 

Existe uma mudança nos estudos culturais nos últimos anos, onde as linhas mestres desta disciplina precisam de ser articuladas. Apesar das considerações das classes estarem a desaparecer existe uma preocupação do valor educativo dos burgueses à classe operária. As disciplinas até aqui estão agora incorporadas nesta disciplina.

O autor cita no que se refere ao estudar o conhecimento académico e a cultura popular, com a individualidade e a sociedade, é impedido de discutir a questão por si só. Juntamente com o social e pessoal, o cultural está a ser estudado pela psicanálise. O autor aborda um filme "Ricochete", que embora não psicanalítico permite analisar uma série de questões. Analisa a raça e centra-se no corpo do homem negro, existe um mundo homoerótico, uma negação do desejo sexual do homem branco pelo negro e a ascensão social do homem negro intensifica esse desejo, existe uma inversão social em que o homem branco é o bárbaro e o homem negro é o viril, cumpridor da lei e da moral, elegante, distinto e racional. É um filme, que embora existem questões económicas, políticas e familiares, está acima de tudo questões raciais em jogo.

Podemos concluir que a cultura popular é uma forma de identidade para os estudos culturais. "Os estudos culturais são, então, uma importante especialização dentro dos estudos curriculares. (...) Sem estes, os estudos culturais tornam-se apenas uma "moda" passageira (...)".

Raquel Alves 

Reflexão do Livro: "Ilha Teresa"

Autor: Richard Zimler

Neste livro o autor aborda temas atuais, difíceis, penosos e delicados, com leveza e sensibilidade, contudo sem deixar transparecer qualquer laivo de superficialidade no seu tratamento.

É, por exemplo, o caso da inadaptação social devida ao facto de se ser diferente numa escola, numa sociedade, num país. E todos nós sabemos quanto essa diferença é difícil de gerir e quão esmagadores podem ser o sofrimento e a exclusão que essa inadaptação acarreta, sobretudo se tivermos em conta que estamos a falar de jovens.

Teresa é uma adolescente de quinze anos, portuguesa, de Lisboa, que se vê de um momento para o outro a viver nos subúrbios de Nova Iorque com o seu pai, a sua mãe e um irmão. É uma rapariga inteligente, sensível e, certamente também muito devido a essas características, desajustada e presa num mundo só seu, na sua "ilha".

E sofre. Sofre por ela, pelo irmão, pelo desmazelo da mãe, pela perda do pai e.. por amor.

Tem um único amigo, Angel, um brasileiro de dezasseis anos, também ele diferente, também ele vítima de preconceitos, também ele marginalizado e excluído.

Ambos gostam de John Lennon que é para Angel um ícone incontornável. Ambos decidem ir "em peregrinação" ao Memorial Strawberry Fields Forever, em Central Park, no dia em que se recorda o assassinato do ex- Beatle, 8 de Dezembro (de 2008). E será este o dia que determinará a grande mudança nas suas vidas.

Zimler adota um tipo de linguagem peculiar mas inteiramente adequado à sua personagem narradora. Fluente, claro, ligeiro, jovem e muito, muito irónico. Teresa é possuidora de um sentido de humor inteligente e cáustico. Dá a ideia, às vezes, de ironizar para tapar as lágrimas. Quem sabe?

Quem, como eu, está familiarizado com a escrita de Zimler encontrará aqui uma outra forma de expressão literária que não desmerece em nada a habitual, é sim um exemplo da sua capacidade de ajustar o discurso escrito às necessidades mantendo a sua individualidade e as características específicas da sua escrita. Em suma, o seu estilo.

O enredo é desenvolvido de forma descomplicada e agradável. Não é exageradamente direto, o que poderia retirar ao leitor a sua participação na construção da história, contudo sem ser exaustivo e redundante nas explicações que dá não correndo assim o risco de ser enfadonho. Está, na minha opinião, na medida certa.

Prende irremediavelmente o leitor desde o início. Aliás, este é levado, pela mão de Teresa, a percorrer anseios, inquietações, a sofrer, a amar, a perder, a caminhar nas dúvidas, a afundar-se e a regressar à superfície tal como sucede com a personagem (as personagens).

Teresa uma adolescente isolada, em rutura com o mundo mas que é, no fundo, uma mulher forte, de garra, como tantas outras personagens mulheres que Richard Zimler tem construído.



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